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sábado, setembro 17, 2011 

Para onde?

Custa entender como é que alguns dos que acham que o modelo de desenvolvimento que tem dominado a nossa civilização está "todo errado" porque fundamentado na lógica de contínuo, obcecado e sôfrego crescimento alimentado pela exploração "desenfreada" dos recursos naturais e humanos do planeta, se preocupem com as políticas de contenção orçamental em curso impostas pelos grandes especuladores e pelos governos e instituições ao seu serviço, porque não promovem "crescimento".
A mim, isto parece-me uma boa oportunidade para uma pausa e uma reavaliação dos nossos próprios padrões consumistas de consumo, que poderá ou poderia contribuir para generalizar um comportamento colectivo mais responsável e sustentável. Não?
Não sei.
Não foi a explosão individualista dos anos sessenta/setenta, uma reacção contra a frugalidade dos nossos pais ainda fortemente marcados pela experiência traumática, ainda que em Portugal indirecta, da escassez vivida durante a segunda guerra mundial?

Mais do que isso, o modelo de desenvolvimento da nossa civilzação leva a uma "tecnicização" crescente, que requer cada vez menos mão de obra, ou seja, menos emprego. Por isso o desemprego estrutural é cada vez maior, e nunca mais - nunca mais - haverá emprego para todos. As tensões sociais, greves, motins, revoltas, etc. serão cada vez mais frequentes no futuro, se nada mudar.
A tal pausa para reflexão poderia servir também para isto, para que um novo modelo seja inclusivo de todos os cidadãos, e não exclua uma proporção crescente que não consegue trabalhar.

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