« Home | Débacle » | Piscicológico » | dois posts, dois, num só... » | Sommi » | Entendam-se » | No fio da navalha » | A sério? Não me diga! » | Aldrernativa » | Górdio » | Medo e pavor » 

sábado, outubro 30, 2010 

Débacle, algumas pistas

Os sinais da Débacle, vêem-se também em pequenas coisas como esta:
Fernanda Câncio, do Jugular, levantou a questão grave de um abuso policial contra um grupo de estudantes que pintavam um mural junto a uma escola pública em Lisboa.
Os miúdos foram interpelados pela polícia, levados para a esquadra como se se tratasse de criminosos de delito comum, e, mais grave ainda, algumas raparigas foram obrigadas a despirem-se para serem revistadas, o que é absolutamente inqualificável.
Fernanda Câncio indignou-se que o caso tenha passado quase despercebido na imprensa e que mesmo o PCP, partido de que as vítimas são militantes, não tenha manifestado a indignação pública habitual em muitas outras circunstâncias.
Brouaha.
A "esquerda" indignada com o caso?
Népia, quem é o ingénuo que ainda suspeitaria que seria essa a consequência?
Ninguém ligou patavina ao assunto, é, parece, um caso de somenos importância.
O grave, grave, foi que Câncio, ao descrever o caso, não foi suficientemente politicamente correcta e incorreu em erros graves, nomeadamente ao ter sido minuciosa e ter procurado detalhar com pormenor a reacção do PC ao caso. Câncio não criticou a polícia, aliás, Câncio APOIOU a polícia, a única coisa que fez foi... "atacar o PCP".
No 5dias a coisa não foi deixada em claro, e a leitura da caixa de comentários ao post "crónica de um crime não anunciado" é instrutiva... e deprimente.
Nem Miguel Serras Pereira, que no Vias de Facto reproduzira a crónica de Manuel António Pina sobre o assunto e acabara de publicar um comentário atacando Fernanda Câncio, se livrou de ser, por seu turno, logo a seguir, insultado por um outro comentador, na linha dos insultos reles de que já foi alvo no 5dias.
Bem se queixam as pessoas de que os partidos do "centrão" dançam com Cavaco uma dança em exclusivo e próprio proveito, indiferentes "às pessoas", quando nem numa coisa básica e simples, como um atentado aos direitos humanos numa esquadra da polícia, são capazes de deixar por uns minutos de fora o sectarismo mais virulento e entender-se para fora dos limites da seita.