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quinta-feira, novembro 29, 2007 

Elementos de estudo (VI)

Em "A Tale of Two Botanies", um texto sintético publicado no número 8.04 da Wired, Amory Lovins e Hunter Lovins referem um aspecto pouco discutido:
Quando se discute a "engenharia genética" esquecemo-nos de que o conhecimento científico acerca do que na realidade é um gene, é limitado, o que torna ainda mais irresponsável a produção de produtos de consumo de massas.
Os funcionários das companhias de biotecnologia limitam-se a aplicar receitas destinadas a produzir lucros, que embrulham no papel do messianismo utópico do "fim da fome" e da "sustentabilidade" com a desfaçatez com que os bancos oferecem a um mercado imbecilizado a "satisfação dos sonhos" ou as empresas de telemóveis nos convidam a "exprimir-nos", e no entanto, Governos e parte da opinião pública curvam-se respeitosamente em nome do progresso e do prestígio da ciência.
O progresso não pode esperar.

Habitantes de um País cujo património urbano e arquitectónico foi praticamente arrasado nos últimos trinta anos pela alarvidade actuante dos vendedores de "pogresso" suspeitar-se-ia que estaríamos em condições de perceber o que está em causa.



Carissimo:

Gostei particularmente da forma como conclui a resposta que deixou ao meu último comentário ao post anterior.

Os compromissos são de facto necessários, mas todos têm um preço. E nem sempre, quando nos recusamos a pagá-lo, podemos recorrer ao cartório para registar o respectivo divórcio.

É neste ponto que passo para o comentário a este seu excelente post.

Os compromissos que neste cantinho à beira mar plantado assumimos com o "progresso" que conhecemos, têm exactamente o mesmo ADN das engenharias genéticas que aplaudimos deslumbrados antes de verificarmos, oh, que surpresa, que só poderiam derivar nos OGM.

Basicamente, o problema é que transferimos o dominio da fé do reino dos deuses para o condado da ciência.

E os cientistas, embora dificilmente o reconheçam, são pessoas como nós auto-promovidas a aprendizes de feiticeiros demasiado ofuscados com o brilho de um sonho-nobel para usarem com sabedoria a muita informação que gerem.

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