sábado, setembro 27, 2008 

Tiros no pé

Na história do fim do voto dos emigrantes por correspondência, o PS e o PC não conseguem perceber que independentemente das argumentações mais ou menos "lógicas" ou, melhor dizendo, casuísticas, que se possam aduzir, o julgamento que as pessoas vão fazer deste caso é um julgamento político, não é um julgamento técnico jurídico.
E a única leitura política que é possivel fazer desta lei completamente desnecessária ( ah! os argumentos "economicistas" de Vital Moreira que fazem lembrar o afã com que a imprensa tablóide contabiliza periodicamente os "custos" que as diversas consultas eleitorais representam para o País...), é que a esquerda pretende dificultar ou impedir o voto de um grupo de eleitores que tradicionalmente não lhe é favorável.
A leitura óbvia é que o sistema de voto por correspondência pode ou poderia ter imensas imperfeições, mas desde sempre garantiu a possibilidade de votar a muitos portugueses vivendo no estrangeiro. Assegurar isso, deveria ser a grande preocupação e não supostas preocupações "puristas" .
Revogar essa possibilidade é uma mesquinhez de chico esperto que só poderá ter resultados muito negativos para a esquerda, não só entre os emigrantes como em Portugal.
É com estas e outras que se vai erodindo um certo capital democrático que a esquerda deveria preservar.
Agora levam a bicicleta para casa, depois, queixem-se.

sexta-feira, setembro 26, 2008 

A queda do muro

Bem pode a ralé estrebuchar que o Bush ganhou finalmente juizo e rendeu-se à evidência.
Todo o paleio roto que meia blogosfera destilou durante quase uma década foi para o cano.
Fica como curiosidade. Histórias da carochinha para ler à lareira.
Será o fim da converseta sobre a "catástrofe" do estado social?
Pelo menos deixou de haver desculpas para não se perceber onde está a catástrofe.

quarta-feira, setembro 24, 2008 

Era demais

Afinal descobri com alívio que eram uns meros cento e quarenta e cinco euros. Cento e quarenta e cinco euros por quatro livros do 12.º ano.
É mais barato do que os 185 e na verdade quarenta e cinco euros ainda pagam algumas coisas. Tirando este breve consolo parece-me que o facto dispensa comentários adicionais

 

Mentalidade de gestão

Fizeram-lhe uma amolgadela no guarda lamas do Jipe novinho em folha e deram à sola.
"Alguém há-de pagar", disse o homem, pequeno empresário da construção civil.
Um cunhado ainda lhe terá dito "Homem, isso com calma ainda se arranja de forma que nem se nota nada".
"Nah! Eu não quero isso assim, fizeram-ma, alguém há-de pagar".
Meu dito meu feito, numa tarde pôs-se às voltas no Marquês de Pombal em velocidade moderada.
Não foi preciso muito, três ou quatro voltas e logo uma incauta lhe deu um toque mesmo a jeito.
"O senhor é maluco?" gritou a mulher, já declarada culpada pelo polícia.
Maluco? Isto é que é um bom exemplo da mentalidade empresarial portuguesa.

 

185

!85€ é quanto eu tive de pagar por quatro livros do 12º ano...
Acho que nem merece comentários.

sexta-feira, setembro 19, 2008 

Igualdade de critérios

De uma crónica de Rui Ramos no Público ( "Este mundo era o vosso", 17 de Setembro):
"Terá Putin recuperado mais uma antiga colónia russa?
Estará a Bolívia já "libertada" daquela parte do povo que não é "povo", porque não partilha as opiniões do Presidente?"
Haverá melhor maneira de exibir a cegueira ? E é que o homem é inocente, aquilo sai-lhe assim de uma forma tão natural...

 

Uma preocupação a menos

Pelo menos de uma chatice está livre o pessoal do peak oil que apregoa a chegada do fim do Mundo para breve (entretida a ler a abundante literatura sobre o tema disponibilizada para comercialização pelos gurus do tema).
Com o fim do petróleo acabam-se ou reduzem-se drasticamente as emissões de carbono, causa dos efeitos de estufa.
O pessoal morrerá à fome e regressará à Idade Média mas pelo menos evitar-se-ão as anunciadas catástrofes climáticas.

 

Albergue espanhol

É claro que é incompreensível para quem queira ter alguma simpatia pelas políticas sociais do Hugo Chavez e pela sua firmeza perante o "amigo americano", vê-lo associado aos novos amigos russos e dar abraços ao "irmão" Ahmadinejad.
Cheira muito a esturro.
Por outro lado é bizarro que aqueles que consideram "naturais" os interesses norte-americanos no Cáucaso critiquem a presença de manobras militares russas no Golfo do México.

 

Corrido

Desenvolvimento do post anterior...
É nestas coisas que Portugal ainda é um país de brandos costumes.
Talvez seja bom, apesar de tudo.

terça-feira, setembro 16, 2008 

Venha a Inquisição

Uma das notícias mais chocantes dos últimos tempos: A Royal Society sugere que o criacionismo seja explicado nas aulas de biologia como um ponto de vista "legítimo".
Começo a acreditar que o obscurantismo religioso está de regresso.