sexta-feira, agosto 20, 2010 

Sábios, especialistas...

O seu a seu dono, o Post Script do artigo do autor d'O Castendo citado abaixo, levou-me a um texto de Sebastian Jones na Nation de que transcrevo esta passagem:
 Pois...
Nota: Os destaques a vermelho são da minha responsabilidade.

 

A arder

Na página 31 do Público de hoje, um artigo de António Vilarigues sobre a época de incêndios...
Conclusões (logo no segundo parágrafo) originais:
"Os números sobre as desastrosas políticas agro-florestais seguidas nos últimos 34 anos pelos sucessivos governos PS, PSD e CDS-PP são avassaladores ..." e nhoc nhoc nhoc... chova, faça sol, arda ou gele.
Parece que em 15 de Agosto e para riscos de incêndio semelhantes, ocorreram 20 incêndios em Portugal  e quatro em Itália, o que permite inferir que em Itália sim:
Trinta (mais...) anos de políticas correctas da Democracia Cristã, dos Socialistas (os famosos socialistas italianos), Berlusconi, Bossi e os neo fascistas, permitem-lhe hoje, este ano, para esta conversa oportunista do Vilarigues, uma comparação positiva com "este País"... pelo menos a 15 de Agosto.

sábado, agosto 14, 2010 

Saiu-me

Eu estava a pensar em... nem sei se se pode dizer que o que eu estava a fazer era a pensar... e saiu-me.

quarta-feira, agosto 11, 2010 

Não pára

O debate sobre os graves problemas de autonomia e tempo de reabastecimento dos carros eléctricos não passa de fumaça e, nalguns casos, despeito pelo progresso, até em termos económicos, de soluções tecnológicas amigas do ambiente que não dependam, quer das fontes habituais, quer do que alguns querem vender como o "inevitável nuclear", quer duma vaga "revolução anticapitalista" de pendor neo medievalista, que conta, entre os seus adeptos, ora retrógrados tradicionais, ora esquerdistas em ruptura uma certa perspectiva desenvolvimentista que sempre foi a da esquerda e que, se duma maneira geral foi e é positiva, nos casos mais agudos e nocivos provocou catástrofes ecológicas e humanas como os planos quinquenais estalinistas e o "Grande Salto em Frente" maoísta.
É como discutir a viabilidade do automóvel (já para não falar da possibilidade da sua acessibilidade a toda a população antes do famoso Modelo T...) em finais do século XIX...
Para se ter uma ideia da evolução das coisas, basta ler dois artigos publicados no New York Times sobre o tema, separados por menos de um ano:
No primeiro, datado de Setembro de 2009 é expresso cepticismo.
No segundo, de 6 Agosto de 2010, dia do aniversário da Carlota, a perspectiva é bem diferente...
Isto ainda agora começou... e não pára.
E trará inevitavelmente novos problemas.
Que terão de ser desde já pensados.
Uma questão que não é abordada nestes artigos é a sobrecarga em termos de consumo de energia eléctrica que a possível próxima generalização dos automóveis eléctricos trará e suas implicações na produção da energia eléctrica, emissão de gases, etc..
Segundo um artigo da Scientific American, se são incontestáveis os benefícios no que respeita ao consumo de combustíveis fósseis e à autonomia energética, a redução ou ligeiro aumento da emissão de dióxido de carbono dependenrá do "mix" energético que alimentará a rede de recarga dos automóveis numa determinada região.
Uma questão para acompanhar.

domingo, agosto 08, 2010 

SW

She comes in colours

 

Outsourcing


É sabido que numa manifestação clara de ignorância e má fé ao serviço de interesses pouco transparentes, diversas pessoas têm comentado e realçado que os custos associados às questões de segurança levantadas pelas centrais nucleares, e geralmente não contabilizadas devidamente pelos seus proponentes, inviabilizam essa opção do ponto de vista económico.
Numa discussão que se gerou recentemente no blog ambio a propósito das terríveis consequências que advém para o País da opção estratégica dos nossos governos recentes pelas energias renováveis, Jorge Oliveira, um dos subscritores (1) do Manifesto Darth Vader-The Empire Strikes Back, por uma nova política energética, comentou assim a essa questão:
Jorge Oliveira e outros proponentes do nuclear português abre-se assim uma excelente janela de oportunidade para exportar conhecimento português, explicando "às famílias" inglesas a falsidade do  anúncio feito há semanas pelo Secretário da Energia e Alterações Climáticas do novo Governo conservador/demo liberal e notório agente infiltrado dos "ecotópicos", da existência dum buraco negro orçamental de cerca de 4 biliões (milhares de milhões, suponho...) de libras devido a custos até agora não assumidos de "rising expenditure on nuclear decommissioning, and falling income due to the closure of ageing power plants", custos esses que se não fore devidamente explicado por Jorge Oliveira e seus pares, que na realidade se devem a apostas erradas nas energias renováveis, quiçá por culpa do Carlos Pimenta, terão de ser naturalmente assumidos pelo contribuinte inglês.

(1)
Excertos que considerei relevante para este post, dum comentário de Jorge Oliveira ao post linkado
"Eu sou um dos autores e redactores do Manifesto."
(...)
"(...) queria elogiar a sua sagacidade ao descobrir a energia nuclear num Manifesto em que o termo “nuclear” não aparece uma única vez. Estou a ironizar, é óbvio, mas se estivesse no seu lugar teria tido a mesma clarividência. Qual a alternativa à política energética do pseudo engenheiro que empata o cargo de Primeiro Ministro, senão a opção nuclear? "
(...)
"(...) Aliás, devo dizer-lhe que, pela minha parte, eu teria explicitado a proposta do nuclear no Manifesto. Votei vencido, mas enfim, em Portugal é difícil reunir um grupo capaz de afrontar o politicamente correcto de peito feito."







sábado, agosto 07, 2010 

Deep Water

No início da exploração do petróleo, o processo era muito barato, não só porque a exploração era feita em locais de fácil acesso, mas também porque eram reduzidos os condicionantes ambientais e laborais. Eram frequentes os derrames e desperdícios e as mortes de trabalhadores motivadas pelos mais diversos acidentes.
Passado um pouco mais de um século tudo mudou.
Da torre de madeira e equipamento relativamente rudimentar passou-se para alta tecnologia, altos níveis de segurança e eficiência.
O cada vez mais difícil acesso físico às fontes requereu uma cada vez maior sofisticação tecnológica necessária para explorar de forma rentável um produto que se tornou literalmente o motor da nossa civilização, não se compadecendo com equipamento e procedimentos ineficientes.
A exploração passou a ser feita por profissionais cada vez mais qualificados, auferindo os ordenados correspondentes aos riscos e às qualificações exigidas.
Explorações como aquela em que aconteceu o desastre operam em circunstâncias limite, onde é impossível a presença humana.
Os custos envolvidos desaconselham leviandades quanto a aspectos de segurança que possam por em causa não já as questões ambientais, mas sobretudo a eficiência da operação.
A segurança é, assim, uma questão de primeira importância.
E quanto a este aspecto há duas reflexões que se impõem:
Em primeiro lugar, a questão da "segurança absoluta" que mais uma vez se verificou que é apenas um conceito teórico impossível de "garantir" na prática.  Por esse motivo, aqueles que pensam que este acidente beneficia o nuclear estão enganados. Pelo contrário, mais uma vez se prova que na possibilidade de ocorrer um acidente, qualquer que seja o grau de segurança e perigosidade, ele pode ocorrer
A única questão em causa é se os riscos podem ser minimizados e tolerados. Por outras palavras, a exploração de petróleo no Golfo do México em circunstâncias idênticas às do Deep Horizon irá continuar, com redobradas cautelas, certo, mas é impossível garantir que outras fugas não ocorrerão... o único limite para isto é o balanço custo benefício que se faz entre o risco que se corre e as suas consequências. Para já afectaram-se ecossistemas e modos de vida mas não morreu ninguém e espera-se que haja uma regeneração do meio em causa, um pouco como o que sucedeu após o desastre do Prestige há uns anos atrás.
De algum modo, a vida, incluindo a vida humana, continua.
Em segundo lugar, foi mais uma machadada na pretensão de que organismos reguladores apenas acrescentam ineficácia a um sistema que se "auto-regularia" de forma perfeita caso ela não existisse.
O que se verificou mais uma vez foi que uma companhia iludiu normas de segurança com a conivência duma regulação virtualmente inexistente ou mesmo corrupta.
Quando uma regulação tem uma função meramente figurativa, tudo corre bem, incluindo o facto de servir de bode expiatório a empresas pouco escrupulosas, simplesmente "por existir".
Tal como o que sucedeu recentemente em França relativamente ao nuclear, é fundamental e indispensável uma regulação séria, responsável e com os poderes necessários.

 

À vista desarmada

A catástrofe em curso no Golfe do México ganhou particular relevância porque ocorreu no país mais poderoso do planeta e não foi possível encobri-la.
A companhia envolvida, a BP, para além de não ser americana, não pôde apresentar os habituais subterfúgios para fugir ao problema. Ao invés de indígenas desprotegidos num qualquer ponto remoto do planeta, atinigiu directamente uma região saturada de meios de comunicação e habitada por contribuintes e eleitores com voz.
Acresce a isto que a actual administração americana é suficientemente "fraca" para ser sensível à pressão da opinião pública e ser forçada a enfrentar os responsáveis com relativa dureza.

 

Lixo

Um título na "Local" do Público de hoje, pág. 26,  "Inauguração com José Sócrates deixou local cheio de lixo", dá a medida da ficção do "desgaste do Primeiro Ministro" de que falam alguns comentadores.
E da saga do PCPSD/BE contra o Sócrates.
Claro que quem escreve estes títulos é sempre inocente, e mesmo que o não fosse...
Da notícia assinada por Carlos Dias, percebe-se que houve uma inauguração de uma albufeira e que houve um evento para comemorar essa inauguração.
Estava calor e consumiram-se muitas garrafas de águas de plástico.
Percebe-se que alguém não fez o seu trabalho e que as embalagens de plástico e de papelão ficaram nas margens da albufeira em vez de terem sido imediatamente recolhidas.
Até aqui tudo bem... mas a que propósito vem a ligação de Sócrates ao lixo?
O Primeiro Ministro foi visto a beber garrafas e atirá-las para o chão?
O Primeiro Ministro é responsável por verificar se quando termina um evento em que esteve presente se encontra tudo devidamente limpo?
Os eventos em que está presente o Primeiro Ministro são sinónimo de que tudo acaba num mar de lixo?
É raro que se verifique que depois de um evento fica algum lixo por recolher?
Ainda por cima, segundo a notícia, os detritos ficaram semanas junto à albufeira mas a área entretanto já foi limpa.
Quer dizer... há umas semanas atrás, a 7 de Julho, o Primeiro Ministro esteve em Ervidel, num evento.
Foi produzido lixo que só foi recolhido passadas umas semanas, (duas, três, quatro, com algum esforço, uma vez que passa hoje um mês da data do evento?).
Trata-se portanto de algo que é passado e que já foi resolvido.
A que vem esta notícia avulsa e desactualizada com direito a uma página no jornal?
Um assunto actual? Bah!

 

No centro do mundo

Carlota, 2 anos

sexta-feira, agosto 06, 2010 

Os ritos da fertilidade (2)


 

Os ritos da fertilidade (1)

 

Conundrum

Expliquem-me porque é que alguns dos que se queixam dos níveis de trabalho precário em Portugal, precisam duma Revisão Constitucional para "flexibilizar" as leis laborais, assim criando legalmente as condições de funcionamento dum mercado de trabalho em que a retirada de privilégios e direitos aos trabalhadores que ainda os mantém, os coloca num nível equivalente ao de qualquer trabalhador com um contrato precário.

 

Devagar se vai...

A publicidade a um modelo de automóvel híbrido recentemente colocado no mercado que sugere que o consumo dessa marca é tão baixo que dá para atravessar Espanha sem abastecer, é um tiro na água.
Pela diferença drástica nos preços dos combustíveis, qualquer automobilista avisado organiza-se para se abastecer o mais possível em Espanha. Num carrito médio, pode ser uma diferença de 20 Euros por depósito. Pouco mais do que o necessário para ir de Lisboa à fronteira em velocidade "normal".
A mesma campanha publicitária garante que é possível viajar para o Algarve com 15 Euros de combustível.
Francamente não sei o que tem isto de extraordinário.
No ano passado fiz com o meu patético Golf 1400 de 1999, a experiência de viajar para o Algarve e voltar, sempre por auto-estrada e rodando a maior parte do tempo a 100/110, e sem nunca ultrapassar os 120km/h. O resultado, para mim surpreendente, foi que fiz o trajecto de ida e volta com cerca de meio depósito. Contas redondas, dá à volta de 18 Euros por cada viagem.
Isto prova que se estivermos dispostos a fazer figura de parolos e a correr o risco de fazer duzentos quilómetros a uma velocidade significativamente mais baixa do que a de 99% do restante tráfego, exceptuando alguns, poucos, camiões, independentemente da respectiva tonelagem, e um ou outro camponês tresmalhado ou geronte obnubilado pelas cataratas, podemos reduzir drasticamente os consumos e emissões de gases poluentes, perdendo uma ridicularia de tempo para alguém que se desloque a 180 e pare vinte minutos para abastecimento e bica a meio do caminho.
É isto que dói no chamado debate sobre a eficiência energética. Há uma percentagem significativa do consumo de combustíveis, o maior problema nacional em matéria de dependência energética, que é pura e simplesmente deitado à rua. E não é o Governo, não são as "tarifas", não são os "espertos" disto e daquilo, somos nós, colectivamente, pessoa a pessoa, quilómetro a quilómetro.
Alguns poderão achar uma intolerável violação da sua "liberdade". Mas acho mais lógico que os Governos imponham limitações mecânicas de velocidade aos automóveis do que nos impinjam centrais nucleares e outras infra-estruturas com impactos significativos no meio ambiente.

quinta-feira, agosto 05, 2010 

Miscarriage

A história de Portugal dos dois últimos anos trouxe-nos uma inovação política sui generis.
Uma aberração única só possível no País onde está situado o Entroncamento.
Uma síntese fatal de fim de prazo político/falta de escrúpulos/ delírio revolucionaresco e oportunismo.
Trata-se do PCPSD/BE, o partido da oposição de direita que tem dominado o panorama dos meios de comunicação em Portugal.

 

Sacudir a água do capote

E agora as vacas é que são complicadas?

(tirado da edição de hoje do DN)

terça-feira, agosto 03, 2010 

Donos do Mundo

O site da Bola classifica justamente como "Internacional", a notícia que o CDS vê nas palavras de Pinto Monteiro o reflexo do "estado de balcanização do MP" .


 

domingo, agosto 01, 2010 

A (o) Solublema Nuclear

Quando uma solução se torna num problema.
Problemas de contas de energia, precisamente um assunto que tem estado muito em voga em Portugal sendo apresentado como uma solução para o problema energético.
No papel, tal como cá, as contas são infalíveis, detalhadas...
Mas em Obra, a central francesa de Flamanville, por exemplo, soma agora 2 anos de atraso  na construção e o seu custo foi reajustado para 5 milliards (acho que são milhares de milhões, vulgo biliões por adaptação da designação anglo-saxónica) de Euros, ligeiramente acima dos 3 milliards inicialmente previstos. 
E ainda a procissão vai no adro...
Se olharmos também para o caso da central finlandesa  em construção pela AREVA (só para olhar e não para bater mais no ceguinho...), parece que a escola de gestão de projecto de construção de centrais nucleares estabelece como boa prática o dobro do tempo de construção e o dobro do custo anunciado nos "estudos". O que é de molde a tranquilizar o público, porque a partir de agora já se torna fácil aplicar o coeficiente de desfaçatez (igual a 2 x T ou 2 x B$$, consoante o parâmetro em discussão) às afirmações dos promotores do nuclear e estabelecer estimativas minimamente realistas.
Se desequilíbrios semelhantes se verificarem, sei lá, na construção duma ponte, duma auto-estrada.... é,  justamente, um escândalo público (e na actual conjuntura, culpa do Sócrates, está claro).
Se os sobrecustos forem real ou imaginariamente atribuidos às renováveis, aí, então, é a catástrofe... ( e culpa das manobras do Darth Vader "ecotópico" ).
Nesta área cheia de "ponta", porém, parece que o descalabro de contas e prazos é... o presente e "o futuro".