terça-feira, outubro 31, 2006 

Mascarada

Não quero acreditar em teorias da conspiração nem pretender descobrir a pólvora com levantamentos de técnicas de intoxicação da opinião pública, mas gostaria de perceber porque é que uma vulgar traulitada, nem sequer das mais escandalosas, de um jogador de futebol sobre outro, de que resultou uma lesão com alguma gravidade mas relativamente vulgar, foi ontem a notícia do dia em todas as televisões.
O pior é que já não se pode constatar que foi meramente ridículo. O pior é que é suspeito.

domingo, outubro 29, 2006 

A nestesia Esperada

E anda a Direita a chorar pelos cantos a sua crise, ansiosamente discutindo se se funde, se se refunde... enquanto não se concrtetiza algum business plan, vulgo sistema de cravanço a algum digno apoiante da democracia internacional.
Para quê as lamúrias pirosas sobre a decadência do Ocidente?
Sócrates reeleito com 97 por cento dos votos ... que miséria, não, não é pelo Sócrates, está de parabéns, conseguiu anestesiar completamente os socialistas, o problema é que dá uma patética imagem do que é o PS neste momento. A mesma subserviência ao chefe de sempre.
Fidel aparece na TV a tremer por todos os lados, literalmente para "dar sinais de vida" e alegadamente para "animar os cubanos". Pelo menos nestes momentos de decadência deveria haver algum decoro. (já nem ponho link alusivo porque me faz impressão)
Ainda por cima os cubanos deveriam sentir-se mais animados com a ressurreição de "Compay" Segundo.
nota:
Quanto ao premiado no sorteio de sexta feira é hora de se chegar à frente e abrir umas garrafas do tipo gourmet para se porem as discussões em dia.

 

Dada, o Exterminador e o Robocop

Dada 2.0, o iconoclasta, o mais recente robot de Leonel Moura, pode ser visto em acção no Youtube.
Depois dos robots de pequenas dimensões e comportamento cooperativo, e de um robot reclamando o estatuto de artista assinando o seu nome (RAP) nas telas, surge agora este corpolento Dada2.0 de temperamento irascível.
As vítimas da sua performance são estatuetas antropomórficas.
Uma pequena multidão de "Hollow Men".
O Dada do início do século vinte investiu contra todas as ideias feitas acerca da Arte e do seu papel na sociedade enquanto o seu sucedâneo destrói icones de homens.
O princípio é possivelmente o mesmo: um grupo de agentes limitados por um pequeno conjunto de regras simples de cuja interacção emerge algo superior à soma das partes. Mas enquanto da interacção dos primeiros robots emergiam pinturas em telas, agora resulta um comportamento destrutivo da interacção de agentes escondidos dentro do corpo negro de Dada2.0 .
Num detalhe menor mas que faz que pensar, Dada2.0 entra na sala onde a performance decorreu, em ambiente divertido, transportado cuidadosamente ao colo por um grupo de pessoas antes de ilustrar mais uma possibilidade do caminho da autonomização da máquina relativamente ao homem .
Hoje a arte, amanhã, porque não, a guerra.
Perturbante.

 

Foi dos copos

Je n'y suis pour rien

quinta-feira, outubro 26, 2006 

Assunto (quase) esgotado

Um dos temas que incendiou a pradaria blogosférica e a projectou para a ribalta mediática, foi o debate à volta dos preparativos e depois o início triunfante da Guerra do Iraque.
Passados três anos, pouco mais há a dizer sobre esse conflito.
O que aconteceu desde então deu integralmente razão a quem criticou essa aventura celerada.
A generalidade dos seus fautores e apoiantes, porém, continua, como previsível, a marrar em frente.
Primeiro, era a teoria do "dominó"... bastava correr com o Sadam que a "democracia liberal" instaurar-se-ia como um tapete de rosas ao som das marchas do John Phillip Souza.
Depois era a Síria. Nem seria preciso mais invasão nenhuma. As "forças democráticas" sairiam à rua e liquidariam logo ali o regime do presidente Assad.
Depois era o Irão. Nem seria preciso mais invasão nenhuma. As "forças democráticas" sairiam à rua e liquidariam logo ali o regime dos ayatollahs.
Depois era a Palestina. Os palestinianos resignar-se-iam a viver democraticamente do ar, enfiados numa caverna em companhia dos ratos de onde só poriam o bracinho de fora e votar em quem lhes ordenassem, legitimando assim a vocação democrática do estado religioso que os oprime, e o Estado de Israel, sem gente com maus aspecto à superfície reencontraria a sua vocação turística. Prosperaria, ainda armado até aos dentes, mas já sem inimigos.
"Seis meses, pá, dá-lhe seis meses", gritou entusiasmado um conhecido meu, historiador emérito de profissão, para encerrar uma discussão acalorada que mantive durante um jantar.
Mal ele sabia que com essa frase singela, provavelmente inspirada por deformação profissional de professor, iria inaugurar a carreira brilhante que a guerra que se aproximava iria proporcionar à frase "seis meses" na boca dos analistas e responsáveis militares e políticos.
Bom... passados três anos, vários "seis meses" "cruciais", diversos "milestones" cumpridos, a realidade parece que é outra.
O plano é o mesmo mas a sequência de operações é assim a modos como que inversa.
Ao que parece é agora necessário primeiro invadir e esmagar militarmente o Irão e a Síria (para já...), para que depois, enfim, se assuma naturalmente a configuração inicial, dos tapetes de rosas e marchas. Após o que a vida seguirá o seu curso, isto é... "depois a Síria, depois o Irão, depois a Palestina".
Enfim uma bela história da carochinha que não tem fim e não tem ar de ir acabar bem.
O único factor "refrescante" digamos assim é que alguns dos mais "estruturados" dos apoiantes da guerra, começam a colocá-la em causa. À própria Guerra do Iraque, não são já as tergiversações idiotas sobre questões secundárias e logísticas: o exército invasor deveria ter sido mais numeroso, mais bem equipado (???!!!), Bremer um imbecil que deitou tudo a perder, mais umas eleiçõezinhas e estamos lá, etc...
Não será por acaso. São eles quem sofre mais directamente de perto os efeitos da guerra.
Cá em Portugal não. Continua-se a marrar "abruptamente" em frente na "batalha das civilizações. Dir-se-ia quase que a marrar "olimpicamente", tal o grau de desajuste entre os discursos, as crónicas e os posts e a realidade.
Os críticos abnegados do cinismo europeu a nadar em bem estar e segurança social à pala dos americanos amigos que estoiram biliões em armamento para "nos defenderem", como não são eles quem bate com os costados em Bagdad, mantêm o vigor da primeira hora, fazem sem descanso as festas e atiram os foguetes com os "problemas da esquerda" e enrouquecem a zurrar contra o "anti-americanismo".
Talvez seja possível no futuro próximo assitir a debates interessantes nas revistas americanas.
A blogosfera portuguesa quanto a este assunto secou.

quarta-feira, outubro 25, 2006 

Não são só os futebolistas

Na capa da Skeptical Inquirer de Novembro, um robot aqui da zona que está a fazer carreira lá fora.

quinta-feira, outubro 19, 2006 

Unidos venceremos

No chão da carruagem, o título na primeira página do "Metro" informava que "metade dos espanhóis apoiam a união da península ibérica".
Não vejo a novidade.
Trata-se certamente dos mesmos que apoiam a união da Espanha.

quarta-feira, outubro 18, 2006 

Pelas Ruas da amargura

Vi um bocado do último prós e contras.
Sobre um assunto de que não percebo nada e que não me interessa por aí além, as transferências de verbas previstas no OrçamentoGeral do Estado para os municípios.
Só deu para ver em acção o Presidente da Associação Nacional dos Municípios, um portento.
Nunca tinha assistido, e foi bom para ter uma noção.
António Costa foi um bocado culpado.
Ao tentar usar uma arma de argumentação de esperteza saloia, a táctica da ferroada que não é ferroada, do género "olhe que eu nem vou contar aqui como... (etc.)", suscitou uma peixeirada que deu algum vento ao autarca, até aí encostado completamente às cordas.
O resultado, se em parte é merecido, não deixou de ser constrangedor pela descida vertiginosa de nível a que se assistiu.
E depois aqueles detalhes da ordem:
Para o Sr. Fernando Ruas os Presidentes da Cãmara têm maior legitimidade do que o Governo por duas ordens de razões:
À uma, estão mais "próximos das pessoas". (esta é recorrente no paleio de qualquer político ou comentador que pretende armar-se em mais "libertário")
À outra, a eleição para as autarquias decorreu depois das eleições para a AR, é uma legitimidade "mais fresca". Este é o argumento de peso do político-escaparate dos lacticínios do supermercado.
Como é possível debater com pessoal com este tipo de preparação política?
O Saldanha Sanches que o diga, coitado, à sua conta ainda teve de aturar uma boa quota parte de bocas imbecis.
Nem todos os autarcas são como Ruas, mas o que parece ser generalizado é que a maioria se queixa de qualquer coisa.
O argumento queque é agora que o Orçamento ( estamos a falar deste, mas julgo que o foi em todos desde a noite imemorial dos tempos) "promove o isolamento do interior"... Foi utilizado por exemplo por José Apolinário e Macário Correia, do Algarve.
Francamente não sei o que dizem os autarcas do litoral, e os das Áreas Metropolitanas. Mas devem ter razões de queixa e de sobra. Ou terão ficado contentes? Nah... desconfio que também estão preocupados com "o interior".
Algo capciosamente, o Governo argumenta que um número avassalador de câmaras vai receber "exactamente o mesmo" que receberam no ano passado.
Os autarcas argumentam com "a inflação". Certo. Mas não estamos todos a apertar o cinto? Algo que todo (ou quase todo) o "País político" vem defendendo e escrevendo desde há quase uma década?
A situação é com certeza mais complexa do que eu estou aqui a descrever.
Mas lendo este artigo que encontrei linkado por um blog respeitável, que refere " Entretanto, (...) o Algarve enriqueceu por efeito estatístico. As contas são feitas assim: antigamente tínhamos um peixe para o jantar; agora continuamos a ter um peixe; mas o alargamento a Leste determinou em Bruxelas que passemos a ter um peixe real mais um peixe estatístico: temos, portanto, dois peixes: ainda que ao peixe estatístico, como se depreende, não nos seja possível afivelar o dente… Mas isso bastou – o peixe estatístico, somado a um inqualificável critério de prioridades – para que ao Algarve, no próximo quadro comunitário (2007 a 2013), esteja destinado não mais que metade do montante financeiro a que teve direito entre 1999 e 2006. ", pergunto-me, sem pretender contestar as razões expostas:
sim senhor, muitas coisas são hoje calculadas e decididas com base em racios artificiais e sem grande ligação com a realidade (basta ver o PIB, que é brandido a torto e a direito como indicador fundamental do crescimento económico), mas isto é verdadeiro para o Algarve como para todas as zonas do País.
Como seria possível proceder de outra maneira, senão recorrendo a dados estatísticos? Alguém se deu ao trabalho de ir ler a imprensa regional francesa e alemã, aquando do "nosso" alargamento, que tanto jeito nos deu apesar de ter sido mal aproveitado?

 

ZZZZZZZZ....

Isto está demais.
Saio já noite cerrada do emprego e regresso ainda de noite.
No que há-de um sujeito pensar nestas alturas entre a casa e o trabalho?
Na cama.
Não, não é essa "cama".
É a cama mesmo, Vale de Lençóis, Caselas City.
O resto é só o zumbido da falta de horas de sono na cabeça.

segunda-feira, outubro 16, 2006 

Condi e a pessoa certa

Ainda estremunhado, liguei a TV para ver as informações do trânsito, e apanhei com um 60 minutos dedicado a Condoleezza Rice.
Uma rapariga prendada, até tem uma tertúlia musical com quem interpreta diversas obras de música de câmara em casa quando os assuntos da política mundial lhe deixam algum tempo livre, como por exemplo durante as semanas em que meteu férias enquanto a tout loisir Israel ia escavacando o Líbano sem que ninguém parecesse preocupado em sugerir um cessar fogo.
E não se pode negar que tem um sorriso simpático, uma figura agradável e flexível.
Celibatária, confessou com um sorriso travesso que, quem sabe, talvez um dia encontre a "pessoa certa" para casar...
À primeira vista, e tendo em conta que a senhora é um dos principais reponsáveis por uma colecção de actos de guerra que passarão à história com o título de "humanitários", ser a "pessoa certa" de Condi parece ser o sonho de um qualquer João Miranda, ou outro "carapauzinho" ou "jaquinzinho".
Mas quem no seu perfeito juízo se envolveria com uma megera que salta da cama às cinco da manhã para fazer fitness (numa máquina horrenda ao estilo daquelas encomendadas pelo correio à Commercial TV ) ao som de Led Zeppelin e Cream? Quem?
Desculpa...

 

Mad Max - o Regresso

Novas perspectivas de estilo de vida e meios de transporte abertas pela proliferação do armamento nuclear.

 

A Fundo

Viver a fundo...

domingo, outubro 15, 2006 

Porque nunca chegará o fim da crise

A "crise" nunca acabará enquanto for notícia destacada nos meios de comunicação uma afirmação retórica do Ministro da Economia sobre "o fim da crise", ao comentar alguns indicadores que sugerem a possibilidade de uma melhoria da performance da nossa economia nos próximos tempos.
Já alguém pensou no tempo que se perde e na energia que se gasta fora de contextos particulares como o Bartoon, o "Eixo do Mal", ou o Inimigo Público", a "comentar", a obter e a produzir "reacções" a detalhes deste tipo ?
É que não se tratou de apresentar dados de forma estruturada que demonstrem o contrário, o que seria lógico e muito legítimo. Tratou-se de castigar uma frasezinha... parecia uma história de comadres, uma intriga bairrista.
Será possível que pessoas que pretendem ser sérias e responsáveis percam tempo com uma imbecilidade ao nível dos mexericos dos jornais desportivos e das revistas cor-de-rosa?
Pelos vistos é, o que nos dá uma noção do que é o jornalismo televisivo, do que são os comentadores "responsáveis", do nível dos políticos que se debruçaram seriamente sobre o assunto. Houve quem sugerisse a demissão do Ministro... para variar.
Ainda por cima, o Ministro em causa deu-lhes troco e veio a público "clarificar" que o fim da crise não se decreta.
À primeira vista parece mais uma acha para a "minicrise", mas, pensando bem, talvez ele tenha alguma razão.
Por vezes, diz o povo, há que usar a "linguagem das crianças" para que elas nos entendam.

 

Vírgulas

Releio as minhas escrevinhadelas e de quando em quando percebo porque me dizem que ainda não percebi a mecânica das vírgulas.
Tenho, de facto, um problema com elas.
Vírgulas a mais, vírgulas a menos, talvez isto faça de mim, afinal, um advogado ou um diplomata em potência.
Só é chato porque de vez em quando não se percebe nada do que escrevi.
Mais potencialidades...

quarta-feira, outubro 11, 2006 

A Terra vista da Lua (daqui a pouco)

Injusto, e até deselegante, mas quando ouvi a notícia do ensaio Kimjonguilesco, não pude deixar de me lembrar dos sábios que desde a invasão do Iraque, vêm garantindo às crianças e ao povo que o mundo "está mais seguro".
A reacção mais descarada foi, no entanto, a daqueles patuscos cheios de presença de espírito que ainda arranjaram lata para criticar a "impotência da ONU" (1), patente nos habituais protestos inconsequentes.
Reacção pavloviana, quiçá pretendendo antecipar e aplaudir "preventivamente" uma saída de leão do Chefe, um macho que já mostrou ser capaz de quase tudo e que pelas ameaças proferidas horas antes da expreiência parecia preparar-se para dar as palmadas que o transformam episodicamente em Capitão América e nesta qualidade enviar umas ameixas humanitárias para matar a explosão à nascença.
Acordem para a realidade, por favor (eu também não gosto dela assim...).
OK, a ONU, mais uma vez demonstrou a sua incapacidade.
E o mentor dos meus amigos?
Fez o quê?
(1) Ferreira Fernandes, um cronista inteligente e acutilante que ainda há poucos anos dava prazer ler e a quem subitamente um virus neocon (voltarei a este assunto... porque isto me faz impressão) parece ter dado cabo do juizo foi um deles, num editorial que li de relance num jornal qualquer e por isso não consigo aqui linkar, o que lamento.

 

Coisas chatas

Até simpatizo com o Hugo Chavez, mas chateia-me o seu estilo histriónico.
Chateia-me que apareça agarrado a dirigentes fora de prazo investidos do poder vitalicio como o Fidel e que quando caem da cadeira o seu substituto seja alguém de família.
Chateia-me que o seu regime, não tenha aparentemente possibilidades de prosseguir sem ele e o deixe à mercê da tentação do poder vitalicio.
Chateia-me que dê abraços a um psicopata revisionista como o alarve do Irão.
Talvez isto tudo seja acessório. Os mais irrepreensíveis dos dirigentes políticos dos países democráticos não desdenham os apertos de mão mais improváveis quando se trata lá está, de defender as razões de Estado que entendem convenientes.
Mas que chateia, sem dúvida que me chateia.

 

Intervala

Vá lá.
Por uma vez não podemos acusar o amigo americano de todas as culpas no caso da Coreia.
Quando muito tratar-se-á de um efeito marginal da retórica e da prática do governo americano e dos seus seguidores.
A Coreia do Norte é um regime barbárico que como todos os regimes barbáricos apenas obedece aos ditames da razão de Estado e do que considera serem as suas prioridades em termos de "segurança".
Uma escola de pensamento que tem feito o seu caminho para além do douto clube dos regimes barbáricos e está a caminho de se tornar um "must" que algumas democracias tentam a todo o custo pôr em prática.
E com certeza que um regime como o norte-coreano que tem muuuuitos problemas de segurança, uns mais reais do que os outros.
A inevitabilidade de um futuro conflito nuclear, vai assim fazendo lentamente o seu percurso inexorável imune às contaminações da razão, da civilização, do progresso ( há quem diga que não existe...) .
Quem fica de cara à banda no meio disto tudo é a China.
Outro regime despótico cuja queda será outra catástrofe, e que durante anos foi utilizando a arma da sua "magistratura de influência" para convencer o resto do mundo de que convinha confiar nele para segurar a rédea ao pit-bull que agora lhe morde a perna sem cerimónia.
Doeu ver o tom épico com que a apresentadora do telejornal norte-coreano relatou o triste facto..

 

Carneirada


Ainda nem começaram a vida profissional e já se deixam arrebanhar como carneiros, presos por uma corda e tudo ( não é por nada mas acho que mesmo os carneiros andam à solta nos campos).
O mais grave é que muitos gostam disto. Esperam para o ano serem eles a fazer triste figura de "veteranos" controladores.
O que se poderá esperar dos adultos que virão?
Uma manada enfiada em carros em filas de trânsito nas auto-estradas a bramar contra "isto que está de rastos" e "a vergonha da justiça".

domingo, outubro 01, 2006 

Nem oito nem oitenta

Tenho andado tão a leste das notícias que me passou ao lado a decisão da directora da ópera de Berlim de cancelar a apresentação de uma ópera de Mozart.
O que se passou foi-me descrito pelos meus amigos como mais um preocupante exemplo da "auto-censura" imposta pela ameaça fundamentalista islâmica.
Se a desculpa apresentada, a mais apelativa para o clima de guerra de civilizações que inexoravelmente se vai instalando, corresponder ao que exactamente se passou, é um caso que não pode tolerar-se.
E tal como vi depois a história apresentada nos highlights da imprensa, é de um sujeito começar logo aos saltos de indignação.
No entanto, a versão do incidente postada no Diário Ateísta, dá conta de algumas nuances significativas:
1- a exclusiva responsável pelo cancelamento foi a directora da Ópera de Berlim, que a justificou com uma ameaça anónima. Dito assim, parece mesmo que quem precisava de uma desculpa era a senhora Kirstin Harms.
3- O encenador opõe-se à decisão.
4- A senhora Merkel criticou a decisão.
6- A ópera em causa tem antecedentes polémicos, nomeadamente com desacatos levados a cabo por fundamentalistas cristãos.